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A junção de diversos fatores numa mesma temporada ajuda a entender por que a doença transmitida pelo 'Aedes aegypti' superou 2 milhões de casos nos três primeiros meses de 2024. O que pode ser feito para evitar que um cenário desses se repita daqui em diante? Em apenas dois meses e meio, 2024 já se tornou o pior ano da dengue na série histórica brasileira Getty Images via BBC De janeiro de 2024 até agora, o Brasil registrou mais de 2,3 milhões de casos prováveis de dengue. Esse número supera — em mais de 500 mil — todos os diagnósticos da doença no ano passado inteiro. Também simboliza a pior crise sanitária relacionada ao vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti desde o início da série histórica do Ministério da Saúde, a partir do ano 2000. A pior temporada de dengue havia sido em 2015, quando o país teve 1,68 milhão de casos prováveis. Na sequência, vinha 2023, com 1,65 milhão. Mas o que explica esse cenário de 2024? Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, uma "tempestade perfeita" — que engloba mudanças climáticas, fenômenos meteorológicos, subtipos de vírus e falhas de políticas públicas — ajuda a entender a epidemia atual. De acordo com sua avaliação, é necessário lançar um conjunto de estratégias para mitigar os riscos e evitar que os números continuem elevados — ou sejam ainda piores de 2025 em diante. Casos prováveis de dengue no Brasil BBC Um vírus de diferentes faces Para entender os desafios de lidar com a dengue, é preciso antes conhecer alguns detalhes sobre o vírus por trás dessa doença. O patógeno tem quatro versões diferentes, que são conhecidas pelas siglas Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4. Na prática, isso significa que uma mesma pessoa pode ter dengue quatro vezes na vida. Ela pode ser picada por um Aedes aegypti que carrega o Denv-1, por exemplo — e, após a recuperação, ficar imune contra esse subtipo específico do vírus. Mas, caso seja picada por um mosquito que carrega o Denv-2, o Denv-3 ou o Denv-4, pode desenvolver a doença uma segunda vez (e uma terceira ou quarta). Essa característica da dengue cria uma dinâmica específica de transmissão, cujos padrões se repetem mais ou menos a cada cinco anos. É frequente que uma determinada região ou cidade seja acometida por um subtipo específico do vírus durante uma ou algumas temporadas de calor. Passado um tempo, quando a maior parte da população já foi infectada — e, portanto, está protegida contra aquele subtipo —, os casos tendem a baixar por uma espécie de imunidade coletiva — até que outra versão se dissemine e dê início a um novo ciclo de transmissão. Esse tipo de fenômeno parece ter ocorrido no último verão. "Tudo sugere que houve uma inversão dos vírus circulantes nas cidades que são, historicamente, atingidas pela dengue, como Rio de Janeiro e São Paulo", resume o pesquisador em saúde pública Leonardo Bastos, da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), que coordena o InfoDengue, uma plataforma pública que reúne estatísticas e análises sobre a doença no país. "Em lugares em que antes predominava o Denv-1, o Denv-2 passou a circular com mais intensidade, ou vice-versa." Ao mesmo tempo, houve um aumento da circulação do Denv-3 e do Denv-4, que não apareciam com grande intensidade no Brasil há décadas, acrescenta a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ou seja: esse rearranjo de versões virais, que pegam uma grande parcela da população desprotegida e sem imunidade, é o primeiro ingrediente que ajuda a entender a atual situação sanitária. Mas não é suficiente para explicar todo o cenário. Sintomas mais comuns da dengue BBC Um mosquito que ganha terreno O segundo elemento da lista envolve uma espécie de expansão de território do Aedes aegypti. Em artigo de revisão publicado em 14 de março no periódico acadêmico Nature Reviews Microbiology, o virologista brasileiro William M. de Souza, professor da Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, resumiu os efeitos das mudanças climáticas e das atividades humanas nas doenças transmitidas por vetores (como é o caso da dengue). "Primeiro, precisamos destacar a mudança demográfica. As pessoas moram cada vez mais em áreas urbanas, e o Aedes é um mosquito que vive nas cidades", destaca Souza. "Ou seja, com um número maior de indivíduos concentrados em um espaço pequeno, há uma chance ampliada de o mosquito conseguir transmitir mais e mais." Soma-se a isso o fato de a expansão das cidades brasileiras acontecer na maioria das vezes de uma forma desordenada e desigual, sem saneamento básico ou coleta de lixo. Isso, por sua vez, também representa uma boa notícia para o mosquito, que encontra um vasto número de reservatórios de água parada para botar os ovos, se reproduzir e perpetuar os ciclos de transmissão e infecção. "A especulação imobiliária diminui áreas de mata e aumenta os criadouros do Aedes em regiões domésticas e urbanas", resume Stucchi, que também integra a Sociedade Brasileira de Infectologia. Para piorar, todo esse fenômeno é catapultado no Brasil e no mundo pelas mudanças climáticas, que geram aumento da temperatura média e alterações nos regimes de chuvas. "Historicamente, as zonas temperadas do planeta, como partes dos Estados Unidos e Europa, não tinham a circulação de vetores transmissores de doenças. Eles ficavam restritos às regiões tropicais", explica Souza. Mas isso mudou recentemente: o Aedes foi flagrado em partes dos Estados Unidos, como a Flórida, e na região do Mediterrâneo, como na Itália e França. "No Brasil, os Estados do Sul não sofriam com surtos ou epidemias de dengue. Mas as mudanças climáticas geraram condições favoráveis para o mosquito nesta região", destaca Bastos, da FioCruz. "Com toda uma população vulnerável à dengue, os casos explodiram ali nos últimos anos." Ciclo de transmissão do vírus da dengue BBC Além das mudanças climáticas, o verão de 2023/2024 teve outro agravante: um El Niño muito intenso. O fenômeno meteorológico relacionado às águas do Oceano Pacífico fez os termômetros subirem ainda mais e alterou o regime de chuvas nos últimos meses. Como o calor deixa os Aedes mais ativos, isso potencializa sua reprodução. Neste contexto, a questão da chuva é uma faca de dois gumes. Por um lado, pancadas d’água frequentes criam novos criadouros para o mosquito. Por outro, secas estimulam que as pessoas mantenham em casa reservatórios de água, muitos deles sem nenhuma proteção. "Juntos, todos esses fatores criaram uma tempestade perfeita que leva ao panorama atual da dengue", diz Bastos. O especialista destaca que as curvas de casos de dengue em alguns Estados brasileiros durante o verão foi diferente do esperado. Geralmente, os diagnósticos começam a subir entre o final de fevereiro e o começo de março, quando as chuvas ficam mais frequentes e intensas. Mas, em lugares como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, as infecções começaram a se multiplicar a partir do final de dezembro, com um pico no meio de fevereiro. "Já o Nordeste, que não sofreu tanto os efeitos do El Niño, não apresentou essa curva. Os casos estão elevados por lá, mas estão crescendo agora, como o esperado", acrescenta o pesquisador da FioCruz. Incidência de casos de dengue no Brasil é mais que o triplo do índice que especialistas consideram alto Onde erramos e como podemos melhorar Questionados pela BBC News Brasil sobre o que fazer agora para lidar com surtos e epidemias de dengue no futuro, os especialistas são unânimes em afirmar que não existe uma "bala de prata" para resolver a questão. "Já passamos do ponto em que seria possível reduzir o impacto da dengue. Agora, temos que mitigar o problema ou agir para que a situação piore o mínimo possível", analisa Souza. Segundo os pesquisadores, os surtos frequentes e os números crescentes de casos indicam que as campanhas de conscientização sobre a dengue não estão funcionando. Eliminar os pratinhos dos vasos de planta, limpar as calhas do telhado entupidas e tampar caixas d’água são atitudes importantíssimas para evitar criadouros do Aedes. Porém, por mais que essa recomendação seja reforçada há anos, não está surtindo os resultados esperados, uma vez que o mosquito continua a assombrar, com cada vez mais intensidade, as temporadas de calor. "Nossa comunicação sobre as doenças infecciosas no geral nunca foi boa e tem deixado a desejar", opina Bastos. Em paralelo às campanhas públicas, as estratégias de controle do transmissor ganharam novas ferramentas. Uma delas é o Método Wolbachia, que libera mosquitos Aedes com uma bactéria no intestino capaz de bloquear a transmissão do vírus da dengue para as pessoas. Já o tradicional fumacê, que joga inseticidas em uma determinada região, tem se tornado ineficaz, apontam os especialistas. Isso porque os mosquitos desenvolveram uma resistência ao veneno — e as substâncias químicas utilizadas podem ser danosas a outras espécies, como algumas abelhas. Para evitar surtos e epidemias devastadores no futuro, Souza vê a necessidade de um planejamento de longo prazo. "Sabemos que os casos aumentam nos meses mais quentes, entre dezembro e março. Mas as estratégias de controle e prevenção devem acontecer o ano todo, até porque os ovos do mosquito permanecem no ambiente", explica ele. Já Bastos entende que o Brasil precisa melhorar a vigilância genética sobre o vírus causador da doença. "Poderíamos monitorar os subtipos de vírus que estão circulando para saber se há alguma modificação na dinâmica e o que pode ser feito a partir daí", resume ele. Já Stucchi acredita que é preciso mudar como organizamos as cidades — desde o manejo de lixos e do saneamento básico até a construção civil. "Para evitar outros surtos não apenas de dengue, mas também de chikungunya, febre amarela e outras viroses, precisamos olhar com mais cuidado a exploração imobiliária em áreas florestais", diz a infectologista. "O poder público também precisa investir em educação, além de vistoriar e agir nos terrenos abandonados, na coleta de lixo e na eliminação de esgotos a céu aberto." Uma novidade recente nesse campo foi a aprovação da Qdenga, uma vacina desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda. Ela foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde — porém, por uma restrição de doses, a campanha de imunização atual inclui apenas grupos específicos de cidades selecionadas. "Além disso, a vacina só pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. Por ora, não há indicação de uso justamente para aqueles públicos que têm uma taxa de mortalidade maior pela dengue, como as crianças pequenas e os idosos", observa Stucchi. "Precisamos de vacinas efetivas e seguras que cubram as faixas etárias mais acometidas." A médica também reforça a necessidade de desenvolver remédios específicos contra a dengue — até o momento, o tratamento envolve apenas aliviar os sintomas, repousar e caprichar na hidratação. "A dengue sempre afetou mais os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Agora que ela começa a aparecer na França, Itália e Estados Unidos, é possível que tenhamos mais investimentos para o desenvolvimento de drogas antivirais. Pelo menos, é a nossa esperança."
O g1 ouviu historiadores que contaram a histórias de figuras emblemáticas no surgimento da cidade. Rua Chile, a primeira do Brasil, em foto antiga Arquivo Municipal/Fundação Gregório de Matos O que um militar, um arquiteto, um padre e os povos indígenas têm em comum? Todos eles contribuíram de modo crucial para a fundação da cidade de São Salvador da Baía de Todos-os-Santos, primeiro nome da capital baiana. 📱 NOTÍCIAS: Faça parte do canal do g1 Bahia no WhatsApp Veja a página especial do aniversário de Salvador Surgida em 1549, há exatos 475 anos, completos nesta sexta-feira (29), a cidade foi criada para ser a sede do governo-geral português na América. Isso significa que Salvador, pelo menos inicialmente, foi uma cidade planejada – a primeira do tipo no continente - e seguiu as determinações do traçado definido pelo rei português Dom João III. Nesse processo, alguns nomes foram destaques para a fundação da cidade. O g1 ouviu historiadores que contaram a história de três personagens. Confira: Tomé de Sousa Tomé de Souza retratado por Idalina Alves Acervo Câmara Municipal de Salvador Dom João III nomeou o militar Tomé de Sousa (1503–1579) como o primeiro governador-geral do Brasil e ordenou que ele fundasse, povoasse e fortificasse a cidade de Salvador. Em um dia 29 de março, como este, o português e sua tropa, com cerca de mil homens, desembarcaram para cumprir essa missão. Conforme a Memória da Administração Pública Brasileira (Mapa), programa do Arquivo Nacional, antes de chegar em Salvador, Tomé de Sousa ingressou na carreira militar com apenas 15 anos e serviu na África e na Ásia. No Brasil, sua gestão durou até 1553, quando foi substituída pela de Duarte da Costa. “Ele veio com a missão de fundar a fortaleza do Salvador. Chegou na região do Porto da Barra e depois saiu à procura de um local, que ele mesmo escolheu, sendo a atual região da Praça Municipal até a Praça Castro Alves. Ali começou a cidade”, disse o historiador Rafael Dantas. Durante a administração, Tomé de Sousa estimulou a agricultura, com o incremento à cana-de-açúcar, e introduziu o gado bovino no Nordeste, trazido de Cabo Verde, colônia portuguesa no continente africano. Ele criou também o primeiro bispado no Brasil, em Salvador, e deu a base para a cidade ser, durante séculos, o principal entreposto comercial entre Portugal e as colônias. Antigo Largo do Teatro - atual Praça Castro Alves Arquivo IGHB Luís Dias Com Tomé de Sousa, fidalgos, militares, marinheiros, funcionários da Coroa, jesuítas, trabalhadores de diversos ofícios, colonos e até os chamados degredados vieram para a cidade e ajudaram também a fundar a capital. Obviamente, Tomé de Sousa não fez tudo sozinho e um dos seus braços direitos, que trabalhou, literalmente, na construção de Salvador, foi o arquiteto e militar Luís Dias. Segundo o historiador Rafael Dantas, “ele foi o grande mestre de obras, o arquiteto responsável pelo planejamento e organização urbana de Salvador”. Por ser menos famoso que seu contemporâneo, pouco se conhece sobre o passado do militar. O que se sabe é que foi ele o responsável por trazer as plantas da cidade e chefiar a execução das obras - tudo isso em um contexto desafiador de Cidade Alta e Cidade Baixa. O que, por um lado, contribuía com a fortificação e segurança, por outro proporcionava dificuldades de logística. A falha geológica que separava a região mais elevada, onde Salvador surgiu, da área que hoje tem o bairro do Comércio, teve que ser superada por Luís Dias. Ele adaptou as plantas construídas à distância, em Portugal, para a realidade aqui encontrada. Nesse processo, desabamentos foram frequentes devido às chuvas que castigavam - e ainda castigam - a cidade, com alagamentos e deslizamentos de terras. Dias ficou em Salvador até 1553, quando terminou o projeto de construção da cidade. Mapa de Salvador em 1551 Centro de Estudos da Arquitetura na Bahia Indígenas e Padre Manuel da Nóbrega “Salvador nasceu como foi pensada: recinto cercado por muros e com portas, em seu espaço urbano um centro administrativo, residencial e comercial", escreveu Patrícia Verônica, dessa vez no livro “Os Índios na História da Bahia”. Tanta segurança era devido ao medo que os portugueses tinham dos tupinambás, que ocupavam Salvador antes da chegada dos europeus. Inclusive, antes de 1549, houve uma tentativa frustrada de fundar uma cidade no mesmo local onde fica Salvador. “Primeiro, houve tentativa de ocupar a região da Barra, mas teve resistência indígena, que não aceitava a imposição do trabalho forçado e o desrespeito ao compadrio”, afirmou o historiador Daniel Rebouças. O compadrio era um sistema que validava o poder de um chefe tribal pela quantidade de cunhados que ele tinha, ou seja, de casamentos que conseguiu para sua filha. “O náufrago Diogo Álvares Correia, o Caramuru, sobreviveu por entender essa lógica. Ele se casou com Catarina Paraguaçu e integrou a sua família, que tinha o domínio de um chefe indígena local.” Teto da Igreja de Nossa Senhora da Graça com imagem de Catarina Paraguaçu ajoelhada em frente a Maria, mãe de Jesus Reprodução/TV Bahia Os povos originários não contribuíram apenas em determinar a forma como Salvador tinha que ser fundada. “Além da mão de obra, pois boa parte do trabalho braçal foi feito pelos indígenas, os primeiros núcleos urbanos soteropolitanos eram formados por, basicamente, portugueses e povos originários.” Os indígenas eram o maior contingente populacional da antiga colônia, segundo os especialistas. Além de fornecerem matéria-prima, eles contribuíam no transporte de materiais para a área de construção, no fornecimento de alimentos e no partilhamento de conhecimentos sobre a terra e suas riquezas. "Tal relevância é reconhecida por Frei Vicente do Salvador, que afirmou: ‘todo o ano de 1549 foi de labuta intensa, tendo as obras andamento satisfatório, em parte, em razão com os índios, ajudando sem exceção’”, escreveu Patricia Verônica. LEIA TAMBÉM: Onde tem áreas verdes em Salvador? Confira 6 locais para aproveitar a natureza na cidade Esquecido nos roteiros de turismo, subúrbio de Salvador tem praias, espaços culturais e de gastronomia; conheça locais Salvador do futuro: aumento do nível do mar pode causar desaparecimento de pontos importantes da cidade Entenda expressões do 'baianês' que você precisa conhecer ao circular por Salvador Manoel da Nóbrega Anchieta na cabana de Pindobuçu, por Benedito Calixto Acervo UFBA Os jesuítas que vieram com Tomé de Sousa atuaram na imposição do catolicismo para essa população. O padre Manuel da Nóbrega é um dos nomes mais proeminentes. Além de Salvador, o religioso atuou, em 1565, na fundação da cidade do Rio de Janeiro, onde morreu. Na época, havia indígenas escravos e livres, que recebiam remuneração pelos serviços prestados. Alguns até fizeram parte da força militar e auxiliaram na defesa da cidade em caso de ataques de tribos hostis ou "intrusos" de outras nacionalidades europeias. No entanto, isso não significou valorização dos povos originários. Pelo contrário, de acordo com Daniel Rebouças, a população de Tupinambás caiu de 40 mil, em 1563, para 3,5 mil, em 1583, por motivos diversos. “Progressivamente, os portugueses estabelecem comitivas mais eficientes e o impacto da presença europeia vai desagregar esses tupinambás, que já eram também conflituosos entre si. Tem conflitos indígenas durante uns 50 anos nos limites de Salvador e em Itaparica. Mas, progressivamente, os portugueses vão ganhando terra. A opção dos tupinambás é abrir mão, sair dessa região. Isso, somado com as doenças trazidas pelos europeus, a mortandade em grande escala, os indígenas foram perdendo espaço na cidade”, disse. Durante muito tempo, a tendência dos historiadores foi de não pesquisar sobre a influência da contribuição dos indígenas no surgimento de Salvador, segundo o especialista. “Hoje, a gente sabe que não era bem assim. O regimento de 1548, que dá as ordens para Tomé de Souza fundar a cidade, é consequência direta da relação com os indígenas e não do desejo português de fundar uma cidade.” Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻
Kaio Eduardo Ferreira ganhou fama em 2023 quando salvou um grupo de 35 estudantes ao assumir direção de veículo após mal súbito de motorista. Ao g1, ele revelou traumas e planos para futuro. Na manhã de 29 de março de 2023, Kaio Eduardo Ferreira, então com 17 anos, assumiu a direção de um ônibus escolar depois que o motorista teve um mal súbito no meio da Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322). Ao agir tão rapidamente, o jovem evitou uma tragédia impedindo que o veículo, que seguia de Pontal (SP) para Sertãozinho (SP), se chocasse com outros que também transitavam pela via. Imediatamente, o caso, flagrado por câmeras de segurança da concessionária que administra o trecho (veja vídeo mais abaixo), ganhou repercussão nacional e Kaio foi saudado por diversas vezes pelos meses seguintes. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Ao g1, no entanto, ele afirma que sempre rejeitou o título de herói que recebeu das pessoas que estiveram direta ou indiretamente envolvidas. O ônibus levava 35 estudantes para o Instituto Federal (IF) quando o motorista, Claudemir de Araújo, de 51 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória durante o trajeto. Ele morreu no local e ficou para Kaio a responsabilidade de saltar par a direção e guiar o veículo com segurança para o canteiro da pista. "Sempre tive essa postura, de não impor esse título a mim. Acredito que o que eu fiz não foi nem o resultado de um pensamento 'vou fazer isso pra salvar', porque foi um impulso. Acho que, particularmente, não tenho muito título de herói sobre isso". Kaio Eduardo Ferreira assumiu direção de ônibus escolar depois que motorista teve mal súbito em Sertãozinho, SP Marcelo Moraes/EPTV Kaio, que sempre foi bastante apegado à religião, diz que no último ano acabou renovando a fé por conta do acidente e confessa que se impressiona quando revê as imagens das câmeras de segurança. "É óbvio que mudou o destino das outras pessoas, porém eu acredito que tenha sido alguma força maior, eu sou muito religioso, então, talvez algo do tipo. Olhando a câmera das filmagens, dá para ver que, por exemplo, caso algum carro tivesse passando ali, o ônibus ia colidir com o carro, caso continuasse no sentido contrário da via, ia colidir com concreto. Poderia ter acontecido algo ruim". LEIA TAMBÉM Estudante assume direção de ônibus escolar lotado após motorista sofrer mal súbito em Sertãozinho Colega diz que estudante foi herói ao assumir direção de ônibus em SP após motorista passar mal ao volante Vídeo mostra ônibus saindo da pista após motorista ter mal súbito e estudante assumir direção em SP Hoje com 18 anos, Kaio está tirando carteira de habilitação. Antes disso, o jovem nunca tinha pegado na direção de um veículo. Por isso mesmo, sempre reforçou ao longo do último ano que agiu por impulso ao tomar a dianteira do ônibus escolar. "Não tinha nenhuma noção de direção ainda. Foi impulso total, foi muito no momento. Depois que fui pensar, que foi quando todo mundo viu, o ônibus bateu na placa. No susto ali que eu falei 'meu Deus, está acontecendo' porque antes disso eu não tive noção do grau do perigo". Ônibus conduzido por motorista que teve mal súbito em Sertãozinho, SP Reprodução/EPTV Trauma de ônibus e planos para o futuro Após evitar a tragédia, Kaio revela que passou a ter medo de andar de ônibus e por um mês evitou o meio de transporte. Ele também contou que desenvolveu um trauma por conta do caso. "Viajar de ônibus, agora está sendo normal. Só que um mês depois do ocorrido, eu não conseguia andar de ônibus, fiquei com muito medo. Fiquei um mês indo [para o IF] de Uber. Indo e voltando. Lembro certinho da primeira vez que peguei o ônibus, estava até chovendo. Foi um mês depois. Fiquei com muito medo, foi muito tenso, só que os colegas estavam lá, a psicóloga da escola me ajudou, eu me senti mais preparado para isso". Ônibus bateu em placa, saiu da pista e foi parar na via marginal de rodovia em Sertãozinho, SP Entrevias/Câmeras de monitoramento Um ano depois e recuperado do trauma, Kaio segue estudando com a mesma turma, mudou o turno do curso e planeja fazer faculdade de economia. Ele presta vestibular no fim de 2024. "O trajeto não mudou, o que mudou foi o turno. Agora a gente está no último ano, estuda no período da manhã. Eu e o pessoal que estudava na minha sala, a gente continua indo no ônibus pela manhã, só que várias pessoas que estão estudando de tarde também estavam lá e o contato continua o mesmo". Se ele não esquece o dia 29 de março de 2023, a população da pequena cidade que fica a 43 quilômetros de Ribeirão Preto (SP) também não vai esquecer tão fácil. "Foi um acontecimento que, querendo ou não, vou lembrar sempre, vai marcar sempre. Não pelo ocorrido, mas por tudo que aconteceu devido ao ocorrido. Os pais dos meus colegas, até hoje, me cumprimentam, sempre lembram. Pessoas da igreja que eu frequento, da escola onde eu estudo. Está no meu dia a dia. Foi uma coisa que com certeza me marcou e vai ficar para sempre". Morte do motorista Claudemir de Araújo trabalhava como terceirizado para a Prefeitura de Pontal há menos de um ano quando sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto transportava o grupo de 35 pessoas até o Instituto Federal de Sertãozinho. Ele morreu no local. Foi Kaio quem percebeu que motorista não estava bem. "Eu estava sentado perto do motorista, exatamente atrás. Estava eu e uma colega, que estava de fone de ouvido do meu lado. Daí notei o motorista tirando as mãos do volante e eu, ali do lado, vi que o ônibus estava indo devagarzinho para o canto, mais do que o normal. Foi aquilo no impulso, fui lá na frente, só joguei pro lado". Ao assumir a direção, Kaio conseguiu parar o veículo entre o canteiro e a marginal da Rodovia Armando de Sales Oliveira. Ninguém ficou ferido. "Na maioria das vezes que eu encontro o pai de alguém, a mãe de alguém, sempre acabamos comentando sobre ocorrido e relembrando o motorista, que era muito amigo nosso". Motorista Claudemir de Araújo sofreu um mal súbito enquanto levava estudantes para Sertãozinho, SP Reprodução/EPTV Veja reportagem da EPTV à época do caso: Vídeo mostra ônibus após estudante de 17 anos assumir direção em Sertãozinho, SP Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região